terça-feira, 29 de novembro de 2011

Planejamento e Avaliação da Aprendizagem – Aula I


Planejamento: conceitos, importância de planejar e elementos do planejamento

Esta aula tem por objetivo levar o aluno a compreender o conceito de planejamento, bem como sua importância para a eficácia do processo ensino e aprendizagem, além de levá-lo também a identificar os elementos que compõem o planejamento e a relação entre os mesmos.

Planejamento

Prezados alunos, a partir de um texto de Paulo Freire, tentaremos compreender o conceito de planejamento e sua importância em todos os campos da atividade humana.

Considerando o texto de Paulo Freire, podemos afirmar que planejar é analisar, estudar o problema e assumir uma atitude crítica visando solucioná-lo.

É, portanto, um processo que exige o diagnóstico da realidade, sua análise e uma ação com base na definição de objetivos a serem alcançados. Foi o que fizeram os personagens do texto acima citado. Diagnosticaram o problema, analisaram-no e tomaram a decisão com base nas informações coletadas.

Segundo Gandim (1983, p. 19-20) planejar é:

• Transformar a realidade numa direção escolhida.
• Organizar a própria ação.
• Agir racionalmente.
• Implantar um processo de intervenção na realidade.

Conclui-se, portanto, que planejar é organizar o que fazemos, executar o que ficou definido e avaliar, observando se o que foi executado vai de encontro aos objetivos propostos.

Planejar é, pois, um processo de tomada de decisões sobre alternativas de ação possíveis, visando à melhoria da realidade observada. Abrange, portanto, quatro etapas:

• Diagnóstico da realidade.
• Elaboração de um plano de intervenção.
• Execução do plano.
• Avaliação e correções do Plano de Ação.

Elementos do planejamento de ensino

Vimos que a análise da realidade, a elaboração do plano, sua execução e avaliação, tendo como parâmetro os objetivos propostos, compõem as etapas do planejamento.

Mas vejam, se considerarmos o planejamento no processo educativo, há que se perguntar:

• Que tipo de pessoas queremos formar? Pessoas livres dos preconceitos, do temor ao fracasso, do egoísmo, do hábito de aceitar as desigualdades sociais como algo natural e inevitável ou pessoas capazes de expressar-se e compreender seu mundo com uma visão mais ampla dos problemas sociais e capazes de agir de forma consciente visando modificá-los?
• Para qual sociedade estamos educando, qual momento histórico?
• Quais concepções de homem e sociedade temos?

Para Masetto (1997, p. 76), “o ato de planejar é uma atividade intencional. (...) Ele torna presentes e explícitos nossos valores, crenças; como vemos o homem; o que pensamos da educação, do mundo, da sociedade.”É a explicitação da crença política do professor, sua visão de mundo, seu conceito de educação.

Só assim o planejamento será não só eficiente – bem executado –, mas eficaz, ou seja, possibilitará fazer as coisas que de fato precisam ser feitas, porque são socialmente necessárias.

Diante do exposto, serão agora apresentados os componentes básicos do planejamento de ensino.

Objetivos

Responde à pergunta: o que queremos alcançar?

É a descrição clara do que pretendemos atingir a partir de nossa ação. É fundamental a descrição de objetivos relevantes, essenciais às aprendizagens futuras dos alunos.

Segundo Libâneo (1994, p. 120-21), os objetivos educacionais têm pelo menos três referências para sua formulação:

• Os valores e ideais proclamados na legislação educacional.
• Os conteúdos básicos das ciências.
• As necessidades e expectativas de formação cultural exigidas pela população majoritária da sociedade.

Ainda de acordo com Libâneo (1994, p. 121), “o professor precisa avaliar a pertinência dos objetivos (...) propostos pelo sistema escolar oficial, verificando em que medida atendem as exigências de democratização política e social”. Há que se considerar, ainda, os desejos, os anseios dos alunos e as suas experiências extra-escolares.

Nesse sentido, é importante observar a existência de dois tipos de objetivos:

1. Objetivos gerais

Segundo Masetto (1997, p. 88), os objetivos gerais “são aqueles mais amplos e mais complexos, que poderão ser alcançados, por exemplo, ao final do Ensino Fundamental ou Ensino Médio, ao final de uma série, incluindo o crescimento esperado nas diversas áreas de aprendizagem”.

Haidt (1999, p. 114) complementa esse conceito dizendo que os objetivos gerais devem estar “previstos para um determinado grau ou ciclo, uma escola, ou uma certa área de estudos, e que serão alcançados a longo prazo”.

Os Objetivos gerais devem, portanto, sugerir as direções para onde o desenvolvimento do aluno deve ser orientado.

Visando a melhor compreensão dos conceitos acima expostos, seguem alguns exemplos:

• Formar indivíduos conscientes de sua responsabilidade social.
• Possibilitar o pleno desenvolvimento do educando, de suas potencialidades.

2. Objetivos específicos

Objetivo específico nada mais é do que a operacionalização do objetivo geral. É a descrição do comportamento que o aluno deverá adquirir ao final de uma atividade educativa que lhe é proposta.

Libanêo (1994, p. 122) nos diz que “os objetivos específicos de ensino determinam exigências e resultados esperados da atividade dos alunos, referentes a conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções cuja aquisição e desenvolvimento ocorrem no processo de transmissão e assimilação ativa das matérias de estudo”.

Complementando essa definição, Masetto afirma (1997, p. 88) que os objetivos específicos “referem-se a aspectos mais simples, mais concretos, alcançáveis em menor tempo, como, por exemplo, aqueles que surgem ao final de uma aula ou de uma unidade de trabalho e, em geral, explicitam desempenhos observáveis”.

Como exemplo temos:

• Redigir um texto sobre um assunto discutido em sala de aula.
Usar, na resolução de problemas matemáticos, a fórmula para calcular a área de uma circunferência.

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