Discussão sobre
as mudanças tecnológicas na sociedade contemporânea
O
objetivo desta aula é apresentar uma reflexão sobre as mudanças na área da
Educação que as novas tecnologias propõem na sociedade contemporânea
brasileira, depois examinaremos como o professor pode ser um mediador
pedagógico com as tecnologias e quais as propostas de avaliação no processo do
ensino-aprendizagem utilizando essas tecnologias.
A sociedade hoje experimenta novas formas de se organizar, de
produzir bens, de comercializá-los, de divertir-se, de ensinar, de aprender.
Formas ultrapassadas de ensino não se justificam mais, perde-se
muito tempo e aprende-se muito pouco. A Educação tem sido pressionada pelas
mudanças tecnológicas, assim, entende-se que o caminho fundamental para
transformar a sociedade é pela Educação.
É certo que essa nova visão atrai olhares e abre um mercado
gigantesco que atrai grupos dispostos a ganhar dinheiro investindo em processos
de reorganização que importam das empresas.
O objetivo é o de ter a Educação conectada à internet e os
investimentos nessa área e, recentemente, na área de Educação a Distância
começam a ser explorados.
As expectativas para esse processo é que as tecnologias tragam
soluções rápidas para os problemas do ensino. Essas tecnologias podem,
certamente, ampliar o conceito de aula, de tempo, de espaço, de comunicação
audiovisual e estabelecer pontes para um conhecimento ampliado na interface com
o presencial e o virtual. As tecnologias são importantes, mas não resolvem as
questões fundamentais entre ensinar e aprender. Segundo Moran (2003), ensino e
educação são conceitos diferentes:
Ensino:
organização de uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a
compreenderem áreas específicas do conhecimento.
Educação: além
de ensinar, levar o aluno a integrar ensino e vida com conhecimento de ética,
reflexão e ação numa visão de totalidade que o leve a contribuir com a
sociedade.
Para esse autor, as mudanças
tecnológicas na Educação esbarram na necessidade de um ensino de qualidade.
Assim, o ensino de qualidade envolve:
• uma organização inovadora,
aberta, dinâmica, com projeto pedagógico coerente, com infra-estrutura adequada
e atualizada, tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas.
• uma organização que reúna
docentes bem preparados intelectual-ético e emocionalmente. Valorizados, bem
remunerados, motivados e com boas condições profissionais.
• uma
organização que tenha alunos motivados, preparados intelectual-ético e
emocionalmente, com capacidade de gerenciamento pessoal e em grupo.
Esse ensino de qualidade é bastante dispendioso, atingir esse
padrão de excelência ainda levará muito tempo em nossa sociedade. Dentro das melhores
universidades temos ações desiguais nos seus cursos quanto às metodologias,
formas de avaliar, projetos pedagógicos, infra-estrutura. O que é fruto das
ações positivas de alguns grupos passa a ser colocado como trabalho coletivo,
como se fosse o padrão de excelência de toda a universidade, para citar um dos
problemas na Educação. Na Educação Pública os problemas são de outra ordem: não
ter equipamentos para o desenvolvimento de projetos, para que os alunos acessem
à internet e conheçam esse novo mundo informatizado.
No Brasil as
mudanças na educação pelas tecnologias deverão ser mais demoradas porque os
processos de aprendizagem e evolução pessoal e social são desiguais. A ênfase
ainda no ensino leva à separação da teoria e da prática. Nossas dificuldades
passam pelo gerenciamento emocional, o que dificulta o aprendizado; a ética é
contraditória, os meios de comunicação mostram como agem impunemente os
governos; o autoritarismo nas relações humanas espelha o estágio atrasado em
que nos encontramos, isso não combina com a proposta de educar para a liberdade
e autonomia.
É necessário
que tenhamos noções do real estágio em que se encontra a Educação no Brasil
para entendermos os caminhos que levarão às mudanças dessa mesma Educação com
as tecnologias. O caminho é árido e já teremos vencido a primeira batalha em
busca de mudança significativa se realmente entendermos esse estágio e
partirmos dele para estabelecer uma mudança sólida que irá passar efetivamente
por investimentos maciços nessa área, sem que o retorno financeiro seja, num
primeiro momento, tão grande como esperam os investidores.
Tecnologia,
avaliação e mediação pedagógica
Por mediação
pedagógica entende-se que são as atitudes e comportamentos do professor que se
coloca como facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem. Assim, a
forma de o professor apresentar e tratar os conteúdos ajudará o aluno a coletar
informações, relacioná-las, organizá-las, discuti-las, até chegar à produção do
conhecimento. A avaliação faz parte de todo esse processo e não pode ser feita
de modo tradicional.
Conheças os
pontos básicos para que a avaliação seja coerente com todo o processo.
Macedo aponta alguns
pontos básicos para que a avaliação seja coerente com todo o processo. Assim, deve-se
considerar o processo de avaliação integrado ao processo de aprendizagem e que
seja motivador no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), os fóruns pode servi
para essa avaliação contínua. Deve-se alterar a cultura dos alunos e a prática
dos professores. A interação entre alunos e professores com as provas sempre
tendem a apresentar-se como aquela em que se dá e obtém a nota. A avaliação
pode vir no formato de várias técnicas. Um aluno que se apresente com
habilidade para apoio pode ser um monitor, então, terá a nota pela monitoria no
ambiente virtual. Outro aluno pode ter habilidade de síntese e escrita, poderá
reelaborar o texto escrito entre tantas outras atividades. O processo de
avaliação por feedback é um dos mais importantes, assim, o aluno vai adquirindo
mais segurança no processo de aprendizagem porque o orienta tanto para os seus
acertos como para os seus erros. As avaliações podem vir do grupo; um colega
pode avaliar o outro, fazer observações, as suas colocações, por exemplo, no fórum
quando um colega posta sua resposta aos questionamentos do professor, poderão
interagir com outros colegas, avaliando o que o colega apresentou para discussão
no fórum. As provas presenciais não são abolidas, mas entendidas como um
momento de todo o processo, não o único. As atividades presenciais e as
virtuais devem permitir a professores e alunos a desenvolver sua auto-avaliação
e registrá-la. Essas reflexções podem ser registradas posteriormente e são
importantes como informações sobre aprendizagem que se obteve. É o processo final
de avaliação. No último módulo propomos fichas de auto-avaliação
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