sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tecnologia Aplicada ao Ensino – Aula VII


Discussão sobre as mudanças tecnológicas na sociedade contemporânea

O objetivo desta aula é apresentar uma reflexão sobre as mudanças na área da Educação que as novas tecnologias propõem na sociedade contemporânea brasileira, depois examinaremos como o professor pode ser um mediador pedagógico com as tecnologias e quais as propostas de avaliação no processo do ensino-aprendizagem utilizando essas tecnologias. 

A sociedade hoje experimenta novas formas de se organizar, de produzir bens, de comercializá-los, de divertir-se, de ensinar, de aprender.

Formas ultrapassadas de ensino não se justificam mais, perde-se muito tempo e aprende-se muito pouco. A Educação tem sido pressionada pelas mudanças tecnológicas, assim, entende-se que o caminho fundamental para transformar a sociedade é pela Educação.

É certo que essa nova visão atrai olhares e abre um mercado gigantesco que atrai grupos dispostos a ganhar dinheiro investindo em processos de reorganização que importam das empresas.

O objetivo é o de ter a Educação conectada à internet e os investimentos nessa área e, recentemente, na área de Educação a Distância começam a ser explorados.

As expectativas para esse processo é que as tecnologias tragam soluções rápidas para os problemas do ensino. Essas tecnologias podem, certamente, ampliar o conceito de aula, de tempo, de espaço, de comunicação audiovisual e estabelecer pontes para um conhecimento ampliado na interface com o presencial e o virtual. As tecnologias são importantes, mas não resolvem as questões fundamentais entre ensinar e aprender. Segundo Moran (2003), ensino e educação são conceitos diferentes:

Ensino: organização de uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreenderem áreas específicas do conhecimento.

Educação: além de ensinar, levar o aluno a integrar ensino e vida com conhecimento de ética, reflexão e ação numa visão de totalidade que o leve a contribuir com a sociedade.

Para esse autor, as mudanças tecnológicas na Educação esbarram na necessidade de um ensino de qualidade. Assim, o ensino de qualidade envolve:

• uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com projeto pedagógico coerente, com infra-estrutura adequada e atualizada, tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas.
• uma organização que reúna docentes bem preparados intelectual-ético e emocionalmente. Valorizados, bem remunerados, motivados e com boas condições profissionais.
uma organização que tenha alunos motivados, preparados intelectual-ético e emocionalmente, com capacidade de gerenciamento pessoal e em grupo.

Esse ensino de qualidade é bastante dispendioso, atingir esse padrão de excelência ainda levará muito tempo em nossa sociedade. Dentro das melhores universidades temos ações desiguais nos seus cursos quanto às metodologias, formas de avaliar, projetos pedagógicos, infra-estrutura. O que é fruto das ações positivas de alguns grupos passa a ser colocado como trabalho coletivo, como se fosse o padrão de excelência de toda a universidade, para citar um dos problemas na Educação. Na Educação Pública os problemas são de outra ordem: não ter equipamentos para o desenvolvimento de projetos, para que os alunos acessem à internet e conheçam esse novo mundo informatizado.

No Brasil as mudanças na educação pelas tecnologias deverão ser mais demoradas porque os processos de aprendizagem e evolução pessoal e social são desiguais. A ênfase ainda no ensino leva à separação da teoria e da prática. Nossas dificuldades passam pelo gerenciamento emocional, o que dificulta o aprendizado; a ética é contraditória, os meios de comunicação mostram como agem impunemente os governos; o autoritarismo nas relações humanas espelha o estágio atrasado em que nos encontramos, isso não combina com a proposta de educar para a liberdade e autonomia.

É necessário que tenhamos noções do real estágio em que se encontra a Educação no Brasil para entendermos os caminhos que levarão às mudanças dessa mesma Educação com as tecnologias. O caminho é árido e já teremos vencido a primeira batalha em busca de mudança significativa se realmente entendermos esse estágio e partirmos dele para estabelecer uma mudança sólida que irá passar efetivamente por investimentos maciços nessa área, sem que o retorno financeiro seja, num primeiro momento, tão grande como esperam os investidores.

Tecnologia, avaliação e mediação pedagógica

Por mediação pedagógica entende-se que são as atitudes e comportamentos do professor que se coloca como facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem. Assim, a forma de o professor apresentar e tratar os conteúdos ajudará o aluno a coletar informações, relacioná-las, organizá-las, discuti-las, até chegar à produção do conhecimento. A avaliação faz parte de todo esse processo e não pode ser feita de modo tradicional.

Conheças os pontos básicos para que a avaliação seja coerente com todo o processo.

Macedo aponta alguns pontos básicos para que a avaliação seja coerente com todo o processo. Assim, deve-se considerar o processo de avaliação integrado ao processo de aprendizagem e que seja motivador no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), os fóruns pode servi para essa avaliação contínua. Deve-se alterar a cultura dos alunos e a prática dos professores. A interação entre alunos e professores com as provas sempre tendem a apresentar-se como aquela em que se dá e obtém a nota. A avaliação pode vir no formato de várias técnicas. Um aluno que se apresente com habilidade para apoio pode ser um monitor, então, terá a nota pela monitoria no ambiente virtual. Outro aluno pode ter habilidade de síntese e escrita, poderá reelaborar o texto escrito entre tantas outras atividades. O processo de avaliação por feedback é um dos mais importantes, assim, o aluno vai adquirindo mais segurança no processo de aprendizagem porque o orienta tanto para os seus acertos como para os seus erros. As avaliações podem vir do grupo; um colega pode avaliar o outro, fazer observações, as suas colocações, por exemplo, no fórum quando um colega posta sua resposta aos questionamentos do professor, poderão interagir com outros colegas, avaliando o que o colega apresentou para discussão no fórum. As provas presenciais não são abolidas, mas entendidas como um momento de todo o processo, não o único. As atividades presenciais e as virtuais devem permitir a professores e alunos a desenvolver sua auto-avaliação e registrá-la. Essas reflexções podem ser registradas posteriormente e são importantes como informações sobre aprendizagem que se obteve. É o processo final de avaliação. No último módulo propomos fichas de auto-avaliação

Nenhum comentário:

Postar um comentário