sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tecnologia Aplicada ao Ensino – Aula VI


Aprendizagem baseada em projetos

O objetivo desta aula é apresentar proposta de projeto para o ensino na modalidade EaD que pode ser utilizado junto à atividade de aprendizagem colaborativa por intermédio das tecnologias.

A aprendizagem baseada em projetos prevê um ensino que provoque ações colaborativas com intermédio das tecnologias. Assim, esse processo é desafiador e implica professores e alunos na produção do conhecimento de ambos. Na aula anterior vimos os princípios da aprendizagem colaborativa, nesta veremos como desenvolvemos o conhecimento baseado em projetos com ações colaborativas.

Moran (2003) desenvolve um modelo de projeto de aprendizagem colaborativa com 10 fases. Todas essas fases estão interligadas e em interatividade. Assim, temos:

1º fase: Apresentação e discussão do projeto
O primeiro contato com o aluno é importante, assim as fases que seguirão a proposta de aprendizagem devem ser claras e descritas uma a uma. É como se estabelecêssemos um contrato pedagógico em que todos soubessem o ponto de partida e o ponto de chegada do projeto, dessa forma, envolve-se o aluno numa participação colaborativa e corresponsável pelo sucesso ou não das aulas e promove uma caminhada coletiva e compartilhada onde o sucesso do processo depende de todos.

2º fase: Problematização do tema: é a fase essencial do projeto de aprendizagem.
São necessárias aqui a criatividade e a competência do professor na proposição do tema. O professor intelectual e transformador precisa saber que a aprendizagem não é algo mecânico e não se restringe a decorar assuntos. O professor precisa instigar a capacidade das pessoas de serem cidadãos críticos e ativos dessa sociedade e que irão atuar na comunidade, oferecendo situações de reflexão sobre situações concretas. É tarefa do professor levar os alunos a desenvolverem habilidades e competências de levantar, em conjunto, problemas ou perguntas de pesquisa relacionados ao assunto proposto para aproximarem-se da realidade que irão enfrentar na vida profissional.

3º fase: Contextualização – a contextualização foca a visão holística do projeto.
Levar o aluno à percepção do todo e depois das partes do projeto torna-se essencial para que os alunos se localizem histórica e geograficamente diante do assunto. Nesse ponto, entender como se realiza a pesquisa, onde e em que contexto ela se insere é importante. É fundamental também saber que recursos estão envolvidos no projeto, que compromisso o grupo vai assumir no processo de produção do conhecimento, qual a participação de cada um numa postura colaborativa onde as tomadas de decisão sejam em grupo levando-se em conta a tolerância e a convivência com as diferenças de ideias.

4º fase: Aulas teóricas e exploratórias – momento em que o professor apresenta as temáticas e conhecimentos envolvidos.
Esse momento não é o de dar respostas, mas o de estruturar e encaminhar conteúdos disponibilizados para o projeto. Instrumenta-se, assim o aluno com componentes do tema proposto pela problematização.

5º fase: Pesquisa individual – contempla a ação efetiva do aluno.
Com os recursos: CD-ROMs, jornais, fitas de vídeo e filmes da internet, o professor deve, a partir da disponibilização de endereços eletrônicos ou outros meios da WEB, incrementar a discussão. O aluno deve ser alertado para o fato de que para acessar a internet precisa ter criticidade, não acreditando em tudo que se apresente a ele. Há sites seguros de pesquisa acadêmica que devem ser explorados pelos alunos. Uma dica é que o professor tenha uma home page onde possa disponibilizar aos alunos orientações e referências que poderão ser aproveitadas por todos no decorrer da pesquisa, ou ainda blogs de pesquisa, como já citamos e também o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem).

6º fase: Produção individual – composição de texto do aluno.
Com base na pesquisa elaborada, proposta e materiais disponibilizados, o aluno poderá produzir material. O desafio de todo o projeto é fazer com que o aluno produza material atendendo às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Certamente esse momento é importante para o aluno porque deverá ter um resultado do seu trabalho de pesquisa e considerações, um pensamento já firmado a partir do assunto proposto. Esse processo poderá ser avaliado pelo professor.   

7º fase: Discussão coletiva, crítica reflexiva – essa fase ocorre quando o professor devolve os textos produzidos individualmente.
Nessa fase o professor se torna um colaborador do grupo e orienta as discussões partindo do pressuposto que todos chegaram ao mesmo estágio para as discussões. As discussões podem levar a questionamentos, certamente. Dessa forma, os envolvidos devem saber argumentar seus pontos de vista. Não há vencedores ou vencidos, há pessoas em busca de aprendizagem e sabemos que essa é feita ao longo da vida e nos momentos onde os projetos possam ser vivenciados, discutidos.

8º: Produção coletiva – possibilidade de aprender a trabalhar as parcerias.
Produzir um texto coletivo tendo por base as produções individuais. Isso fica a cargo do professor que poderá, diante de todos os textos coletivos, elaborar um único texto, agora coletivo. Para que o trabalho seja efetivo, o professor poderá, lá na 1º fase, apontar já as características que o texto deverá ter: um texto bem estruturado, com definições e consistência nas teorias elencadas obedecendo às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Dessa forma, o professor deve apresentar ao seu aluno as normas técnicas da ABNT e cobrá-la.

Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992.

9º: Produção final (prática social) – fase a ser combinada desde o início do projeto.
Apresentar a produção final envolve e responsabiliza o aluno pela criação na arte-final. Pode vir a ser uma publicação em revista acadêmica, criação de página na internet, ou seja, apresentar à opinião pública o resultado de uma discussão para sofrer elogios ou críticas da comunidade acadêmica ou qualquer outra atividade de apresentação pública na universidade.

10º: Avaliação coletiva do projeto – Momentos de reflexão sobre as participações dos alunos.
O professor, nesse momento, deve instigar a avaliação de cada fase e levantar os pontos positivos e negativos da proposta. O processo todo deve ser autoavaliado por todos e também coletivamente. Essa tarefa traz um momento de desenvolvimento de maturidade do grupo numa avaliação de processo, não de pessoas.

Indicação de site
Assista a esse vídeo sobre como formatação de trabalho acadêmico com as normas da ABNT:


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