Aprendizagem
baseada em projetos
O objetivo desta aula é
apresentar proposta de projeto para o ensino na modalidade EaD que pode ser
utilizado junto à atividade de aprendizagem colaborativa por intermédio das
tecnologias.
A aprendizagem baseada em projetos prevê um ensino que provoque ações
colaborativas com intermédio das tecnologias. Assim, esse processo é desafiador
e implica professores e alunos na produção do conhecimento de ambos. Na aula
anterior vimos os princípios da aprendizagem colaborativa, nesta veremos como
desenvolvemos o conhecimento baseado em projetos com ações colaborativas.
Moran (2003) desenvolve um modelo de projeto de aprendizagem
colaborativa com 10 fases. Todas essas fases estão interligadas e em
interatividade. Assim, temos:
1º fase: Apresentação e discussão do projeto
O primeiro contato com o aluno é importante, assim as fases que
seguirão a proposta de aprendizagem devem ser claras e descritas uma a uma. É
como se estabelecêssemos um contrato pedagógico em que todos soubessem o ponto
de partida e o ponto de chegada do projeto, dessa forma, envolve-se o aluno
numa participação colaborativa e corresponsável pelo sucesso ou não das aulas e
promove uma caminhada coletiva e compartilhada onde o sucesso do processo
depende de todos.
2º fase: Problematização do tema: é a fase essencial
do projeto de aprendizagem.
São necessárias aqui a criatividade e a competência do professor
na proposição do tema. O professor intelectual e transformador precisa saber
que a aprendizagem não é algo mecânico e não se restringe a decorar assuntos. O
professor precisa instigar a capacidade das pessoas de serem cidadãos críticos
e ativos dessa sociedade e que irão atuar na comunidade, oferecendo situações
de reflexão sobre situações concretas. É tarefa do professor levar os alunos a
desenvolverem habilidades e competências de levantar, em conjunto, problemas ou
perguntas de pesquisa relacionados ao assunto proposto para aproximarem-se da
realidade que irão enfrentar na vida profissional.
3º fase: Contextualização – a contextualização foca a
visão holística do projeto.
Levar o aluno à percepção do todo e depois das partes do projeto
torna-se essencial para que os alunos se localizem histórica e geograficamente
diante do assunto. Nesse ponto, entender como se realiza a pesquisa, onde e em
que contexto ela se insere é importante. É fundamental também saber que
recursos estão envolvidos no projeto, que compromisso o grupo vai assumir no
processo de produção do conhecimento, qual a participação de cada um numa
postura colaborativa onde as tomadas de decisão sejam em grupo levando-se em
conta a tolerância e a convivência com as diferenças de ideias.
4º fase: Aulas teóricas e exploratórias – momento em
que o professor apresenta as temáticas e conhecimentos envolvidos.
Esse momento não é o de dar respostas, mas o de estruturar e
encaminhar conteúdos disponibilizados para o projeto. Instrumenta-se, assim o
aluno com componentes do tema proposto pela problematização.
5º fase: Pesquisa individual – contempla a ação
efetiva do aluno.
Com os recursos: CD-ROMs, jornais, fitas de vídeo e filmes da
internet, o professor deve, a partir da disponibilização de endereços
eletrônicos ou outros meios da WEB, incrementar a discussão. O aluno deve ser
alertado para o fato de que para acessar a internet precisa ter criticidade,
não acreditando em tudo que se apresente a ele. Há sites seguros de pesquisa
acadêmica que devem ser explorados pelos alunos. Uma dica é que o professor
tenha uma home page
onde possa disponibilizar aos alunos orientações e referências que poderão ser
aproveitadas por todos no decorrer da pesquisa, ou ainda blogs de pesquisa,
como já citamos e também o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem).
6º fase: Produção individual – composição de texto do
aluno.
Com base na pesquisa elaborada, proposta e materiais
disponibilizados, o aluno poderá produzir material. O desafio de todo o projeto
é fazer com que o aluno produza material atendendo às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas). Certamente esse momento é importante para o aluno
porque deverá ter um resultado do seu trabalho de pesquisa e considerações, um
pensamento já firmado a partir do assunto proposto. Esse processo poderá ser
avaliado pelo professor.
7º fase: Discussão coletiva, crítica reflexiva – essa
fase ocorre quando o professor devolve os textos produzidos individualmente.
Nessa fase o professor se torna um colaborador do grupo e
orienta as discussões partindo do pressuposto que todos chegaram ao mesmo
estágio para as discussões. As discussões podem levar a questionamentos,
certamente. Dessa forma, os envolvidos devem saber argumentar seus pontos de
vista. Não há vencedores ou vencidos, há pessoas em busca de aprendizagem e
sabemos que essa é feita ao longo da vida e nos momentos onde os projetos
possam ser vivenciados, discutidos.
8º: Produção coletiva – possibilidade de aprender a
trabalhar as parcerias.
Produzir um texto coletivo tendo por base as produções
individuais. Isso fica a cargo do professor que poderá, diante de todos os
textos coletivos, elaborar um único texto, agora coletivo. Para que o trabalho
seja efetivo, o professor poderá, lá na 1º fase, apontar já as características
que o texto deverá ter: um texto bem estruturado, com definições e consistência
nas teorias elencadas obedecendo às normas da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Dessa forma, o professor deve apresentar ao seu aluno as normas
técnicas da ABNT e cobrá-la.
Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica
no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico
brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único
Foro Nacional de Normalização através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de
24.08.1992.
9º: Produção final (prática social) – fase a ser
combinada desde o início do projeto.
Apresentar a produção final envolve e responsabiliza o aluno
pela criação na arte-final. Pode vir a ser uma publicação em revista acadêmica,
criação de página na internet, ou seja, apresentar à opinião pública o
resultado de uma discussão para sofrer elogios ou críticas da comunidade
acadêmica ou qualquer outra atividade de apresentação pública na universidade.
10º: Avaliação coletiva do projeto – Momentos de
reflexão sobre as participações dos alunos.
O professor, nesse momento, deve instigar a avaliação de cada
fase e levantar os pontos positivos e negativos da proposta. O processo todo
deve ser autoavaliado por todos e também coletivamente. Essa tarefa traz um
momento de desenvolvimento de maturidade do grupo numa avaliação de processo,
não de pessoas.
Indicação de site
Assista a esse vídeo sobre
como formatação de trabalho acadêmico com as normas da ABNT:
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