O que é tecnologia?
Esta aula tem como objetivo apresentar um exame dos
recursos da tecnologia educacional e da possibilidade de utilização desses
recursos no ensino superior.
Na
aula anterior vimos o conceito de tecnologia educacional, nesta veremos o
conceito de tecnologia no sentido mais amplo. Tecnologia é tudo aquilo que para
o ser humano não é natural, aquilo que ele inventa para:
•
Aumentar sua força física.
•
Estender seus poderes de locomoção.
•
Ampliar sua capacidade sensorial.
•
Facilitar seu trabalho.
•
Simplificar sua vida.
•
Trazer-lhe prazer.
São
tipos de tecnologia:
-
Hardware (o físico): Artefatos; Equipamentos; Mecanismos.
-
Software (o não material): Métodos, técnicas; Procedimentos; Notações.
São
exemplos de tecnologias relevantes para a educação:
-
Tecnologia Soft: a fala; a escrita; a lógica; o sistema numérico; os métodos de
calcular; o método científico.
-
Tecnologia Hard: o papel; a caneta e as tintas; a gráfica; palm top; máquinas
de calcular; os computadores.
Construção cooperativa
e colaborativa
A Internet favorece a construção
cooperativa e colaborativa de todos os envolvidos. O trabalho entre alunos
universitários e professores pode ser intensificado virtualmente, pesquisas
podem ser feitas em tempo real com vários grupos até mesmo além dos muros da
universidade, conhecendo outros grupos de pesquisa. Uma forma de trabalhar
colaborativamente é criar uma página construída pelos alunos, onde eles irão
colocando textos, endereços eletrônicos, cursos, as análises, as pesquisas,
ampliando conhecimentos. Essas páginas também podem ser construídas
individualmente, já estudamos isso na primeira aula quando falamos sobre os diários de pesquisa
elaborados em blogs.
Conheça o
que a aprendizagem colaborativa apresenta:
- Ênfase – desenvolvimento de
competências e habilidades.
- Foco – organização das
competências e habilidades a serem desenvolvidas.
- Método – trabalho colaborativo
com projetos transdisciplinares.
- Personagem principal – o aluno.
- Avaliação – acompanhamento e
observação.
- Tecnologia principal – de comunicação.
Contexto da
aprendizagem colaborativa:
- Os conceitos não têm definição
precisa.
- Os fatos podem ser
interpretados de várias maneiras.
- Componetes valorativos são
fundamentais.
- O conhecimento é pouco
estruturado.
- As possibilidades de
divergências são muitas.
Áreas que
têm privilegiado a aprendizagem colaborativa:
- Humanidades e Artes.
- Filosofia.
- Ciências Humanas.
- Treinamento empresarial,
especialmente o voltado para executivos, envolvendo por exemplo: negociação, resolução
de conflitos, tomada de decisão, etc.
Tecnologias para Educação a Distância
Tradicionais: Material
impresso (livros, revistas, jornais etc.).
Recentes: Rádio; TV
aberta e fechada, vídeo conferências. Fitas e discos (áudio e disco).
Bem recentes: Computadores (disquetes e CD-ROMs). Computadores
em rede (vídeo-conferência e Web). E-mail, fóruns, blogs, chats etc.
Propostas de utilização das tecnologias no ensino: técnicas e
possibilidades
O
vídeo é um recurso tecnológico importante e apresenta várias formas de uso.
Vídeo como SENSIBILIZAÇÃO
•
Escolha um bom vídeo para introduzir um novo assunto, de forma a despertar a
curiosidade e motivar os alunos para os temas.
Vídeo como ILUSTRAÇÃO
Utilizar o vídeo como forma de ilustrar o que se fala em sala de aula é
vantajoso, pois torna vivo um conhecimento. Ex.: Um vídeo que apresente outras
realidades culturais diferentes das dos alunos.
Vídeo como SIMULAÇÃO
Esses vídeos são mais específicos e podem simular experiências de química ou
mostrar o crescimento acelerado de uma planta, o desenvolvimento acelerado de
um inseto, fenômenos meteorológicos etc.
Vídeo como CONTEÚDO DE ENSINO
Há vários vídeos que abordam os assuntos a serem trabalhados em todos os
níveis. Esses assuntos podem ser tratados de forma:
•
direta – quando informam sobre um assunto orientando sua interpretação.
•
indireta – quando mostram um tema permitindo abordagens interdisciplinares.
Vídeo como PRODUÇÃO
Produzir hoje um material em vídeo é quase tão importante quanto produzir um
material impresso, uma apostila, por exemplo. Isso
facilita o trabalho do professor. Assim, para criar um material em vídeo, o
professor deve:
• documentar o que é mais importante para o seu
trabalho: registros de eventos, aulas, estudos, entrevistas, depoimentos etc.
• gravar o material em
audiovisual para não depender sempre do empréstimo ou aluguel dos mesmos
programas sempre que precisar.
• interferir no material – modificar um
determinado programa: acrescentar-lhe nova trilha sonora ou editar o material,
introduzindo novas cenas, dar-lhe um novo significado. O professor deve perder
o medo de modificar um texto visual ou verbal e acrescentar a ele novas
interpretações, contextualizando-o para que estejam mais próximos da realidade
dos seus alunos.
Videoespelho ou autoconfrontação por vídeo
Autoconfrontar-se em vídeo, ou vídeoespelho é uma experiência interessante e de
grande utilidade para alunos e professores, para que possam examinar sua
comunicação, suas qualidades e defeitos. Ao nos vermos na tela podemos tentar nos
compreender, descobrir a linguagem corporal, os gestos com objetivo de fazer
análise do grupo, dos papéis de cada um etc.
Vídeo como INTEGRAÇÃO/SUPORTE de outras mídias
•
Gravar em vídeo programas de tevê, alugar filmes de longa metragem para iniciar
no aluno a linguagem audiovisual.
• Vídeo
interagindo com outras mídias como o computador, o CD-ROM, com os
videogames, com a Internet.
Outras possibilidades
de utilização dos recursos tecnológicos no ensino
Dinâmica com exibição de filme:
Antes
da exibição
•
Informe somente aspectos gerais do vídeo (autor, duração, prêmios...).
•
Não interprete o filme antes da exibição, não pré-julgue (para que cada um
possa fazer a sua leitura).
•
Cheque o vídeo antes: conheçao, veja a qualidade da cópia.
•
Deixe-o no ponto antes da exibição.
•
Cheque o som, o canal de exibição.
Durante
a exibição
•
Anote as cenas mais importantes.
• Observe as reações do grupo.
Dinâmicas de análise
Análise em conjunto
•
Análise inicial e geral, pelo grupo, das cenas mais importantes.
Análise globalizante
Perguntas que orientarão a análise:
•
Aspectos positivos do vídeo.
•
Aspectos negativos.
•
Ideias principais que passa.
• O que
eles mudariam nesse vídeo.
Análise Concentrada
Escolher uma das cenas
marcantes e fazer análise a partir das perguntas:
• O que
chama mais a atenção (imagem/som/palavra).
• O que
dizem as cenas (significados).
•
Consequências, aplicações (para a nossa vida, para o grupo).
Divisão de tarefas
Antes
da exibição, escolher alguns alunos que desenvolverão tarefas:
• O
contador de cenas (descrição sumária, por um ou mais alunos).
• O que
anota as palavras-chave.
• O que
anota as imagens mais significativas.
• O que
caracteriza os personagens.
• O que
interpreta a música e efeitos.
• O que
interpreta as mudanças acontecidas na narrativa.
Depois,
exibem-se os resultados.
Análise da linguagem
• Que tipo de história é narrada?
• Como é narrada?
• Que papéis sociais representam os personagens?
• Que modelo de sociedade é apresentado?
• Qual a ideologia que se pode observar na história?
Jornal televisivo e jornal impresso
As análises das
informações ajudam professores e alunos a perceberem as possibilidades e
limites da televisão e do jornal como meio informativo. Fazer análise do jornal
impresso, confrontando com o jornal televisivo é um meio interessante de
observação da forma como a informação é veiculada, quais são os elementos
linguísticos envolvidos no discurso.
Pode-se fazer uma análise de um jornal televisivo e de dois jornais impressos da mesma época, com as mesmas informações veiculadas.
Questões
para análise do telejornal
• Que notícia mobilizou tanto o jornal
televisivo e o jornal impresso?
• Que tipo de linguagem utilizou o jornal televisivo para informar tal notícia?
• Que tipo de linguagem utilizou o jornal impresso para informar tal notícia?
• Percebe-se algum desvio na informação (omissão de fatos, distorções etc.)?
• Percebe-se a ideologia do jornal pela forma como o ele veicula a notícia,
tanto televisivo como impresso?
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