Avaliação
da aprendizagem: aspectos conceituais
Compreender a
avaliação da aprendizagem como um instrumento de tomada de decisão, visando à
melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Contrastar medida de avaliação
da aprendizagem.
Prezado
aluno, a videoaula “Avaliação da aprendizagem: desafios e possibilidades”
apresentada a seguir, aborda os seguintes temas:
- Conceito de avaliação.
- Distinção entre examinar e avaliar.
- O papel do erro no processo avaliativo.
- Instrumentos de avaliação.
Objetivos:
- Possibilitar ao aluno uma visão geral dos
conteúdos contemplados nas aulas.
- A partir dos temas abordados na videoaula, o
aluno será capaz de familiarizar-se, compreender e buscar, com as leituras
dos conteúdos, informações complementares e refletir acerca dos
questionamentos e dos conceitos propostos.
- Relacionar os temas da videoaula aos conteúdos das aulas apresentadas, voltados à compreensão e análise da importância da avaliação no controle da qualidade do processo ensino e aprendizagem.
Conceito de avaliação da
aprendizagem
Com a intenção de
elucidar o conceito de avaliação, uma definição do espanhol J. Gimeno Sacristan
a cocebe em El curriculum: uma reflexión sobre la prática expressa o seguinte:
“A
avaliação em geral é a expressão de um juízo por parte do professor, que
pressupõe uma tomada de decisão, por elementar que seja, e que se apóia em
distintos tipos de evidências ou indícios, coletados através de algum
procedimento técnico quando é uma avaliação formal, ou por mera observação
informal.” (SACRISTAN,
1988, p. 377)
Nessa
definição, percebe-se a existência de três momentos fundamentais no processo
avaliativo:
- A coleta de informações, o diagnóstico da
realidade.
- A expressão de um juízo de valor, ou seja, a
qualificação da situação avaliada com base nos objetivos propostos.
- A tomada de decisão do professor.
· Tomar
decisão a partir do diagnóstico significa rever estratégias, reorientar o
processo ensino-aprendizagem, visando à correção das falhas cometidas.
·
Tem-se,
então, que a avaliação não se caracteriza apenas por um procedimento de medida:
a avaliação contempla a medida, mas nela não se encerra. É imprescindível, além
da seleção dos instrumentos de avaliação, o diagnóstico, a tomada de decisão, a
retroinformação e o favorecimento do desenvolvimento dos alunos, ou seja, o
favorecimento do alcance dos objetivos propostos.
· Segundo
Luckesi (1995, p. 76) “no cotidiano escolar, a única decisão que se tem tomado
sobre o aluno tem sido a de classificá-lo num determinado nível de
aprendizagem, a partir de menções”, ou seja, somente para classificar o aluno
em aprovado ou reprovado.
·
Visando a
caracterizar essa situação, o autor a ilustra do seguinte modo:
“Vamos exemplificar com a
avaliação que um médico faz do seu paciente. O cliente de um médico (...) vai
ao consultório sentindo dores torácicas e com febre. O médico faz alguns exames
preliminares e constata que o sujeito está com pneumonia. Então, toma sua
ficha, faz anotações sobre o nome, idade, endereço do cliente e acrescenta
observações sobre o seu estado de saúde. A seguir, despede-se do cliente,
dizendo-lhe que volte quinze dias depois. O cliente foi classificado como
portador de pneumonia e, a seguir, foi-lhe pedido que continuasse como estava.
Certamente vai morrer. Foi classificado, mas não tomou nenhuma decisão sobre o
que fazer com ele.” (LUCKESI, 1995, p. 77)
As
considerações do autor nos esclarecem para a não redução da avaliação como
constatação dos erros, que na prática escolar tem sido visto como culpa do
aluno, sendo, portanto, passível de punição, de crítica, de castigos.
Ao
classificarmos o aluno como bom, ótimo ou ruim, estamos reificando sua
aprendizagem, apenas rotulando-o, tornando o processo de aprendizagem, que é
dinâmico, em um ato estático, conforme o médico fez com seu paciente.
Não cabe,
nesse caso, procurar culpados se a aprendizagem não aconteceu. Faz-se
necessário buscar as causas, identificar onde as perdas aconteceram, quais as
dificuldades de aprendizagem os alunos apresentam e agir, visando a
solucioná-las.
Só assim
a avaliação cumprirá sua função, considerando, para isso, as etapas que serão
apresentadas:
- · Definição dos objetivos.
- · Seleção dos instrumentos adequados aos objetivos propostos.
- · Diagnóstico – constatação e qualificação da realidade.
- · Tomada de decisão.
Características da avaliação
- Questionar o que é preciso manter e o que é preciso ser modificado na nossa ação pedagógica.
- Avaliar é não se mostrar indiferente, “tanto faz”, é uma atitude crítica; é não se contentar com a manifestação; avaliar não se encerra com a constatação dos erros.
- É preciso que os critérios sejam explicitados, claros. Não podem ser arbitrariamente definidos.
- É um processo, não apenas produto. Recolhe dados que possam ser indicadores da apropriação do conhecimento pelo aluno.
- Avaliar não é classificar, comparar, julgar, mas agir sobre o objeto avaliado. Avaliar significa acompanhar o processo de construção do conhecimento e de formação moral dos educandos.
Avaliar o quê?
- A apropriação de conteúdos relevantes (conceituais, atitudinais).
- O desenvolvimento de competências (a competência é a capacidade de mobilizar recursos cognitivos para resolver uma situação complexa).
- · Respeitando as características cognitivas dos alunos.
- · Utilizando linguagem clara e precisa.
- · Incentivando a manifestação de valores éticos e políticos.
Referência
FREITAS,
Luiz Carlos de. Crítica da organização do trabalho
pedagógico e da didática. Campinas,
SP: Papirus, 1995. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
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internalização da exclusão. Educação
e Sociedade, v. 23, nº 80, set. 2002.
_________. Ciclos,
seriação e avaliação: confronto
de lógicas. São Paulo: Moderna, 2003. (Coleção Cotidiano Escolar).
GANDIM,
Danilo. Planejamento como prática educativa. São Paulo: Loylola, 1985.
_____________. Algumas
idéias sobre avaliação. Revista
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GIMENO,
S. J. El curriculum: uma reflexión sobre la
práctica. Madri: Morata, 1988.
LUCKESI,
Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudo e proposições. 2. ed. São
Paulo: Cortez, 1995.
SOUZA, Sandra M. Zákia L. Avaliação
da aprendizagem na escola de 1º Grau: legislação, teoria e prática.
São Paulo: Universidade Católica de São Paulo (Dissertação de Mestrado), 1986.
______________________. Avaliação
da aprendizagem: uma
análise de pesquisas produzidas no Brasil, no período de 1980 a 1990. In:
Revista da Faculdade de Educação da USP. São Paulo: janeiro/junho, 1994.
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