sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Planejamento e Avaliação da Aprendizagem – Aula VII


Avaliação: o formal e o informal

Esta aula tem por objetivo fazer com que o aluno compreenda a distinção entre avaliação formal e avaliação informal e também identifique os instrumentos de avaliação como uma das etapas do processo avaliativo.

Freitas (2003) sugere que “o fenômeno da avaliação em sala de aula tem pelo menos três componentes”:

• O aspecto “instrucional”: pelo qual se avalia o domínio de habilidades e conteúdos em provas, trabalhos etc.

• A avaliação do “comportamento” do aluno em sala: considerado “um poderoso instrumento de controle em ambiente escolar, já que permite ao professor exigir do aluno obediência às regras” (FREITAS, 2003, p. 41).

• A avaliação de “valores e atitudes”, que ocorre cotidianamente em sala de aula e que “consiste em expor o aluno a reprimendas verbais e físicas, comentários críticos e até humilhações perante a classe” (FREITAS, 2003, p. 41).

Ainda segundo Freitas:

Este fenômeno descrito, entretanto ainda não está completo. É preciso considerar que ele ocorre em dois planos: um formal e outro informal. No plano formal estão as técnicas e procedimentos visíveis de avaliação em provas e trabalhos. No plano informal estão os juízos de valor que informam os resultados das avaliações (FREITAS, 1995, p. 145).

Avaliação formal
Avaliação informal
Provas escritas ou orais, tarefas de casa, trabalhos de pesquisas, ou seja, as avaliações previstas pela escola e pelo planejamento escolar.
Avaliações que o professor faz continuamente, no cotidiano da sala de aula, no transcorrer da aula, quando um aluno apresenta um comportamento que foge às “regras”, às normas disciplinares exigidas pelo professor.
Observações feitas pelo professor das atividades, do comportamento dos alunos durante a aula, do cumprimento ou não da disciplina exigida por ele. (PINTO, 1994, p. 23)
Aluno: sabe que está sendo avaliado; tem, ou deveria ter, ciência das regras, do conteúdo avaliado, dos objetivos da avaliação.
“Os resultados podem ser examinados objetivamente pelo aluno, à luz de um procedimento claro”. (FREITAS, 2003, p. 145).
Aluno: não tem conhecimento, ou não conhece totalmente o processo, visto que “está encoberto e é aparentemente assistemático” (FREITAS, 2003, p. 145).

Se no sistema seriado, a exclusão se dava de forma objetiva, clara, de maneira aberta, ou seja, por meio de notas baixas, reprovação, no sistema da progressão continuada, com a não reprovação, a exclusão acontece de forma implícita, subjetiva, visto que a reprovação não mais acontece na escola, e sim na vida. Ao se retirar a reprovação, passa-se a impressão da eliminação da avaliação – campo formal. O aluno deixa de investir em sua aprendizagem, considerando que a aprovação acontecerá de qualquer modo. Como consequência temos o barateamento do ensino, o aligeiramento da aprendizagem. Por outro lado, a avaliação no campo informal permanece, isso faz com que a escola cumpra o papel que lhe é posto socialmente, a submissão, a resignação, a passividade.

E vocês, o que pensam sobre disso?

Instrumentos de avaliação: sua importância no processo avaliativo

Texto:

Professor: Júlio, responda: por que os judeus foram expulsos da Espanha?
Júlio: Porque não se deixaram fotografar pelos espanhóis.

Professor: Como? De onde você tirou uma coisa dessas?
Júlio: Está escrito no livro.

Professor: No livro? De Jeito nenhum...
Júlio: Está sim professor, tenho certeza.

Professor: Então, pegue o livro para me mostrar.
Júlio: (com o livro aberto). Aqui está: “Os judeus foram expulsos da Espanha porque não se retrataram perante os espanhóis...”

Podemos observar, a partir do exposto acima, que apesar dos critérios avaliativos serem bem definidos, os alunos avaliados apresentam paradigmas diferentes, nuances diferentes, realidades diferentes. Cada aluno tem o seu referencial, sua visão de mundo. A questão posta é: como avaliar a todos a partir de um único critério, de um único instrumento de avaliação?

Creio ser importante e esclarecedor, antes de prosseguirmos com o estudo dos instrumentos de avaliação, compreendermos as etapas da avaliação, que têm a definição dos instrumentos avaliativos como parte integrante.

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